Palácio Piratini firma parceria com UFPEL para restauração de quadros
17 obras do acervo palaciano serão restauradas

O Palácio Piratini firmou uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) para a restauração de 17 obras do acervo palaciano. Essa colaboração está acontecendo desde 2020, quando foi iniciado um restauro de obras do Museu Piratini, como A Fuga de Anita Garibaldi, de Dakir Parreiras, encomendadas por Borges de Medeiros para adornar o Palácio.
Retratos Farroupilha - História e restauração do quadro A Fuga de Anita Garibaldi
Vídeo sobre a restauração do quadro A Fuga de Anita Garibaldi Crédito: Palácio Piratini
Em 2022, é a vez do acervo pictórico palaciano, que será levado a Pelotas para que os trabalhos de preservação e cuidado dos quadros sejam realizados. A iniciativa faz parte de um acordo bilateral entre o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Universidade, nas comemorações do Centenário do Piratini. Nesse projeto, participam 21 alunos, supervisionados por Andrea Bachettini, professora e coordenadora do projeto de extensão Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Pintura, e Keli Cristina Scolari, restauradora da UFPEL. Hoje, 19, foi promulgado no Diário Oficial do Estado a oficialização da parceria.
Para Isis Fófano, restauradora do Núcleo de Conservação e Memória do Patrimônio Cultural do Palácio Piratini, a parceria com o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPEL é importante por viabilizar a conexão entre instituições de diferentes escalas, estadual e federal, em uma relação em que ambas as partes se beneficiam. “O Estado com a mão de obra cedida para a restauração de parte de seu acervo, e a universidade com a possibilidade de prática profissional dos discentes, em diferentes áreas, como: pesquisa, ensino e extensão”, complementa. Além disso, há o ganho social, já que se trata de um acervo público, que, após restaurado, irá retornar para o Palácio Piratini.
Andrea comenta que esse projeto deveria ter acontecido durante o Centenário, mas, por conta da pandemia e do fechamento da Universidade, o projeto foi postergado. Com a volta do presencial, esse trabalho será retomado. “Primeira coisa que fazemos é a documentação fotográfica do acervo, o registro escrito e os exames com luzes especiais. E já vamos conhecendo a obra. A partir disso, fazemos o diagnóstico do estágio de conservação e montamos uma proposta de intervenção para cada uma das obras”, fala a coordenadora sobre o processo de restauro. São cuidados variados, cada obra precisa de uma atenção especial, com tratamentos correspondentes aos seus danos. A ideia é concluir o restauro até o final do ano de 2022.
Fazem parte do projeto as pinturas, Céus de Bagé, de Glauco Rodrigues; Interior de Igreja, de Leopoldo Gotuzzo; Clareando o dia, de Glauco Rodrigues; Casarão (Rio Ipanema), de Libindo Ferraz; Casa de Esquina, de Wagami; S/ Título, de Helios Seelinger; S/ Título; de Autor não identificado; S/ Título, de Guido Mondin; A espécie, de Jatyr A. Loss; Igreja de São Miguel, de Wagami; A Santa Ceia, de Guido Mondin; Casa isolada, de Libindo Ferraz; Paisagem Rio Grandense, de Libindo Ferraz; S/ Título, de Helio Seelinger; S/ Título, de Ângelo Guido; Jesus Cristo, de Guido Mondin e Jangadas de Ângelo Guido.
“São obras muito importantes para a história do Rio Grande do Sul e do Brasil. São de artistas renomados, então isso também é importante para que os alunos façam uma pesquisa sobre as obras e as técnicas utilizadas, para que tenham contato com obras renomadas”, acrescenta Andrea.
Texto: Ana Julia Zanoto
Edição: Stéfani Fontanive