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Entre ramais telefônicos e finanças

Conheça a história de Rita de Cássia Müller, a Subchefe Administrativa do Palácio Piratini

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Rita em visita ao Palácio Piratini com a escola - Foto: Arquivo Pessoal

Rita de Cássia Müller   Colaboradores
Rita de Cássia Müller, Subchefe da Secretaria da Casa Civil
A história que contamos neste episódio da série “Personagens” é a de Rita de Cássia Müller, Subchefe Administrativa do Palácio Piratini e Analista de Projetos e Políticas Públicas do Estado. O mundo de Rita é matemático, e o ritmo em que vive é regado a números. É com brilho no olhar que ela nos conta sua trajetória de 30 anos de trabalho com as finanças da Sede do Executivo.

Sua história com o Palácio começou muito antes dos anos 90. Ela nasceu no Piratini. Claro que falamos isto de maneira figurada — ou nem tanto. A vida de Rita pelos corredores palacianos começou antes mesmo de vir ao mundo. Sua mãe, Ilga Theresinha Kieling Müller, era telefonista do local. Dona Ilga iniciava seus trabalhos como telefonista na Sede do Executivo em 1963. Onze anos depois, nascia Rita, em 19 de novembro de 1974. Logo na primeira semana de vida, a nossa futura subchefe já visitava o trabalho da mãe e conhecia o local onde viria a trabalhar durante a maior parte de sua vida. 

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Filha de Ilga e do alfaiate Paulo Bitello Müller, Rita nasceu em Porto Alegre e morou na capital até os seis anos. Mudou-se para Gravataí e foi lá que ela cresceu e viveu até a vida adulta. Filha única, era uma jovem focada. Fez técnico em contabilidade no Ensino Médio, época em que começou a estagiar no Piratini, em 1991, aos 16 anos. Foi nessa fase que descobriu seu amor por números e pela contabilidade. “Descobri minha paixão, fui muito sortuda de me encontrar trabalhando na área que eu já gostava, que eu sempre trabalhei e sou apaixonada”. Com 17 anos, recém formada no Ensino Médio, Rita terminou o período do estágio e ficou um ano fora do Palácio, até completar 18 anos, quando pôde retornar com um cargo comissionado, em novembro de 1992. Passados seis anos, em 1998, Rita fez concurso para o quadro geral do Estado, entrando na vaga de agente administrativa, e, em 2010, fez um novo concurso para o cargo de Analista de Projetos e Políticas Públicas do Estado, no qual atua até hoje.

"Minha maior realização é acompanhar as obras sendo realizadas, ver o antes e o depois, e ser parte da engrenagem"

Rita conta que não pensava em assumir um cargo de chefia. Geralmente, quem chefiava os setores eram técnicos vindos da Secretaria da Fazenda do Estado, mas, em 2020, a nomeação de pessoas já lotadas no setor passou a ser prioridade. Foi nessa época que Rita assumiu o cargo de Subchefe Administrativa. “Está sendo um desafio, mas eu fui muito apoiada por todas as equipes.” Seu gosto por números já é conhecido pelos colegas. Ela conta que seguidamente escuta: “só tu mesmo para adorar orçamentos”. E complementa, “saio das finanças, mas as finanças não saem de mim”.   

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No dia a dia, o trabalho de Rita consiste em atender toda a parte administrativa do complexo da governadoria. Posses, afastamentos, cedências, nomeações, contratos, orçamentos e compras são algumas das funções pelas quais é responsável. Ela também participa dos levantamentos patrimoniais feitos anualmente no Palácio. Desde 1999, acompanha e orienta esse serviço, que é de suma importância para o controle dos bens patrimoniados. Uma história da qual se recorda, divertindo-se, é a do sumiço dos galos de prata — pratarias que fazem parte do acervo tombado do Piratini. “Eu me lembro de que no primeiro levantamento que a gente fez, não se achava os galos de prata. É um objeto que se encontra até no brique da redenção, e, quando vejo, me lembro da história dos galos.” Rita conta que o par de galos não estava em lugar algum. Após uma procura insistente, foram encontrados, mas não no Palácio, pelo menos não no Piratini: estavam em Canela, no Palácio das Hortênsias. “Agora eles já voltaram para a sede, voaram de volta”, brinca.

"A maior estrela é o próprio Palácio Piratini"

A vida de Rita gira em torno do Piratini. Trabalhou mais da metade da vida aqui e já fez parte de 30 dos 101 anos de Palácio. Ela ainda mora nas redondezas do patrimônio e acompanha tudo que acontece pelas redes sociais. Para ela, a maior satisfação de participar da história desse prédio centenário é ver a movimentação e os trabalhos de preservação do patrimônio. “Minha maior realização é acompanhar as obras sendo realizadas, ver o antes e o depois, e ser parte da engrenagem”, pontua. 

Conforme conta sua história, Rita demarca os acontecimentos com base nos governos. Relembra os fatos e qual era o governador da época. Contudo, ela nunca teve muito contato com os chefes do executivo. E, para ela, isso pouco fez diferença. “Eu acho que a maior estrela é o próprio Palácio Piratini”, argumenta. 

Além de ter trabalhado no Piratini, Rita e sua mãe têm em comum uma memória numérica impecável. Dona Ilga lembra até hoje, com 84 anos, os ramais telefônicos e os setores a que pertenciam. Ela costumava saber quem eram as pessoas de acordo com o ramal, assim como Rita, que reconhece os funcionários pelas diárias e por outras funções administrativas. Dentre outras lembranças, Rita se recorda de quando era criança e visitava a mãe no trabalho. “A mãe chamava muita atenção, porque quando a gente entrava na sala, a fiação toda estava aí, então, se mexesse em um botãozinho, podia dar o maior problema”, lembra. “Mas eu sempre fui bem obediente.”

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Jair Soares e telefonistas, incluindo Dona Ilga, no Dia da Telefonista - Foto: Arquivo Pessoal

Em  fevereiro de 1993, após 30 anos de trabalho como telefonista, Dona Ilga se aposentou. Rita já alcançou a mãe e segue aumentando seu tempo de ofício no Palácio. Se somarmos os anos de trabalho, mãe e filha já estiveram presentes em mais da metade da história centenária do Piratini. História, esta, que continua sendo contada e construída por cada um que passa por aqui.

Texto: Ana Julia Zanotto
Edição: Stéfani Fontanive

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