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Novo episódio da série Encontros é uma homenagem a Mario Quintana

O poema esperança é narrado por José Victor Maciel

Encontros Mario Quintana
Encontros Mario Quintana - Foto: Alvaro Bonadiman

O episódio de hoje (30) da série Encontros é especial: uma homenagem ao aniversário do poeta gaúcho Mario Quintana. O poema A Esperança é narrado pelo ator José Victor Maciel, com imagens dos atores Rafaela Mocelin Ávila e Girley Paes. 

O ator Victor Castiel escolheu e narrou o poema. A partir disso, a equipe de comunicação passou a planejar as imagens para a cobertura. A palavra “esperança” significa ter fé, acreditar, e as imagens buscaram retratar esse imaginário, explicou o diretor de fotografia Álvaro Bonadiman.

Mario Quintana

Poeta, escritor, tradutor e jornalista, Mario Quintana é chamado de “poeta das coisas simples”, considerando que sua escrita tem como característica o humor e os temas simples. O autor possui uma autobiografia, publicada em 14 de novembro de 1984 na revista “Isto É”, com o título “A luta amorosa com as palavras”: 

Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Há! Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas… Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade. Nasci do rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro – o mesmo tendo acontecido a Sir Isaac Newton! Excusez du peu. Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros ? Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante 5 anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Veríssimo – que bem sabem (ou souberam), o que é a luta amorosa com as palavras.”

A Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA

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